terça-feira, 22 de junho de 2010

Depois da Tempestade


Tercilia Braiani Depois das grandes tempestades em nossas vidas, às vezes, ao invés da bonança esperada, costumamos fechar a alma para balanço.

E por mais que digamos estar disponíveis ao diálogo, bem no fundo do nosso coração colocamos uma porta.

E esta porta fica tão trancada, que se nós mesmos não a abrirmos, tornar-se-á quase que intransponível.

É como se nossa casa tivesse sido saqueada e o medo de que fosse arrombada de novo não nos deixasse viver sossegados.

Visitantes cadastrados até poderiam chegar ao jardim... mas passar da soleira, quem disse? E ficamos tantas vezes nos perguntando, o porque de ninguém se aproximar muito de nós se pensamos, numa atitude de bloqueio à verdade, que estamos dando espaço para que todos nos visitem.

Fingimos não enxergar o letreiro de “passagem proibida” ou os cadeados enormes que colocamos nos portões e nos muros que erguemos ao redor de nós, porque é duro admitir que temos medo de mais experiências depois que uma, duas, três ou mil delas não deram certo.

Mas se só as pessoas sensíveis enxergam esse bloqueio e elas são cada vez em número menor, as não tão persistentes se afastam, com medo de que soltemos os cães bravos em cima delas e as ponhamos para correr!

Assim acabamos, por comodismo, ficando com as pessoas menos perigosas; com aquelas com quem sabemos que nunca chegaremos a ter envolvimento maior, até porque sua percepção não é tão aguçada para penetrar no nosso interior.

Ficamos com aquelas com quem temos menos afinidade e pouca cumplicidade, principalmente aquela que vem do fundo da alma...

Porque não queremos que ninguém invada a fortaleza inexpugnável dos nossos segredos, onde guardamos as mágoas, os ódios não passados a limpo e os amores mal sucedidos. Não queremos saber de quem nos leia pensamentos e não pretendemos nos prender a nada, embora digamos sempre o contrário...

Embora saibamos que a falta das amarras num porto onde poderemos atracar quando estamos à deriva, pode constituir uma bela teoria de liberdade, mas não nos gratifica, pois o ser humano não nasceu para ficar só.

Nós, hoje, bem ou mal, podemos escolher nossos amores e amigos. E que possamos escolher os melhores, e não os mais cômodos.

E que possamos, também, ter alguns inimigos e, entre os nossos conhecidos, pessoas incompatíveis conosco, porque são eles que nos ajudam a superar os nossos limites e nos botam para frente, nem que seja para que lhes mostremos do que e o quanto somos capazes.Precisamos ter histórias para contar, sejam elas com finais tristes ou felizes.

Precisamos passar por experiências que nem sempre são gratificantes pois uma existência passada em brancas nuvens , é uma existência sem frutos.

Um dia, talvez, venhamos a entender melhor os mistérios da vida e que, para chegarmos a um determinado ponto, muitas vezes teremos que passar por vários obstáculos.

Talvez entendamos que precisamos nos purificar sofrendo várias provações até conseguir nossos objetivos e receber alguma recompensa.

Algumas doutrinas religiosas e filosóficas tentam explicar porque algumas pessoas sofrem e outras são poupadas e porque alguns de nós encontram suas metades e outros passem a vida inteira a procurá-las.

Mas são explicações que talvez nós leigos, não consigamos facilmente entender.

A única coisa que podemos arriscar, é que nada acontece por acaso... ou será que acontece? Talvez, quando sofremos, estejamos passando por um processo de purificação que nunca será entendido ou aceito por nós enquanto estivermos vivendo a experiência.

Talvez, quando procuramos alguém ou alguma coisa, estejamos nos informando; talvez quando encontramos tanta gente incompatível conosco é porque, de alguma maneira, somos ou fomos as pessoas determinadas a surgir em suas vidas, seja para suportá-la,ajudá-las ou para que, através delas, aprendamos alguma lição importante: da serenidade à perseverança, da paciência à fé.

Mas, por mais que apanhemos, que nos escondamos para fugirmos da vida, de nós mesmos, dos machucados e rejeições, tudo passa. O desespero nunca foi solução para nada pois, afinal, não há bem que nunca acabe e nem mal que sempre dure.

A vida sempre seguirá dando voltas.

Tomara que saibamos aproveitar as ascensões para levantar quem estiver próximo de nós e as quedas para aprendermos a ser humildes.
PENSE NISSO E TENHA UM BOOM DIIA!!!

2 comentários:

  1. Muito bacana este texto de Tercília Braiani. Só não conseguí descobrir a biografia de Tercília Braiani. Quem é ela? De onde é? Gostaria de saber mais detalhes sobre Tercília Braiani.

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  2. É meu coração tbm fiz a pesquisa mais não encontrei..

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