Já por mais de uma vez foi observado que, apesar das crescentes agressões ambientais, tem aumentado o número de pássaros na cidade, notadamente no Bairro da Serra. Sabiás e rolinhas vão ocupando as áreas antes dominadas pelos pardais.
Uma das explicações dadas é que o fato é provocado pelas mineradoras dos arredores, que estão afugentando os pássaros, até mesmo para o asfalto. O agradável jardim de minha casa, na Serra, lá pelo raiar do sol é enfeitado pelos pássaros que cruzam a área florida, alegrando o ambiente com seus cantos e trinados. No pequeno quintal, uma parreira se estende muro afora, com uvas que, pelo Natal, mostram que o doce lar não é tão doce assim.
Pois ali, entre galhos e forquilhas, foi construído um ninho que, mais tarde, vim a saber que era de sabiá. E aqui entra a cozinheira, que, no seu viver constante, sabe mais do que nós outros, que nem cozinheiros somos. Ela passou a atirar migalhas de pão no terreiro e percebeu que a mãe do sabiazinho – oh, caprichos da natureza – recolhia as migalhas e insetos perdidos, levava-os para o ninho e dava à criança – ou melhor, ao recém-nascido sabiá – alimentando-o maternalmente.
Passam-se os dias. O filhote desce do ninho e a cozinheira percebe que ele não alcançava voo alto, vivia perdido pelo chão afora, como se fosse cego. E era, pois não aprendeu a voar alto. Seu voo era rasteiro, tímido, como se ele não tivesse coragem de levantar maiores voos.
Mas, não era medo; era cegueira. Dali, certa vez, ele conseguiu chegar ao jardim. Não sei se voando, ou andando, mas chegou. Deu alguns de seus voos curtos, rasantes, como se tivesse medo de enfrentar o desconhecido. Outro dia, acompanhando um visitante amigo, assustei-me. O sabiá cego trombara nas minhas pernas, sem rumo, perdido no mundo. Depois, desapareceu para sempre.
PENSE NISSO, FAÇA ISSO, SEJA MUITO FELIZ E TENHA UM EXCELENTE DIIA!!
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